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Ação da PF contra grilagem de terras cumpre mandados em condomínios de luxo e na Agraer

Ao todo foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Rio Brilhante

08/05/2025 às 09h36
Por: Redação Fonte: DOURADOS INFORMA
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Viaturas da PF na sede da Agraer, no Parque dos Poderes (Foto: Divulgação)
Viaturas da PF na sede da Agraer, no Parque dos Poderes (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (8) a Operação Pantanal Terra Nullius, para desarticular esquema de grilagem de terras da União no Pantanal sul‑mato‑grossense e fraudes na emissão e comercialização de Cotas de Reserva Ambiental ou Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual.

As investigações indicam que empresários e fazendeiros da região, em conluio com servidores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul), falsificavam documentos e os inseriam em processos administrativos de titulação para obter áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado em faixa de fronteira.

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Ao todo foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Rio Brilhante, além do sequestro de bens e bloqueio de valores que podem superar R$ 3 milhões. Entre os locais em que os mandados foram cumpridos estão os condomínios de luxo Terraville, Dhama, e Alphaville, além da sede da Agraer no Parque dos Poderes. Em Rio Brilhante, o alvo do mandado seria a sede local da agência estadual.

Conforme a PF, de forma dolosa, os responsáveis omitiriam que as áreas em questão pertenciam à União — o que tornaria a Agraer incompetente para decidir sobre tais terrenos. Ainda assim, os processos tramitavam normalmente no órgão, possivelmente com o envolvimento de propina, até a emissão de títulos irregulares.

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O esquema funcionava da seguinte forma: se ninguém identificasse a origem pública da terra, a titularização era concluída de forma ilegal. Caso a fraude fosse percebida durante o trâmite, o processo era cancelado sob a justificativa de irregularidade, alegando-se erro no reconhecimento da titularidade da área.

Os envolvidos poderão responder por associação criminosa, usurpação de bens da União, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema público e infrações ambientais.

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