30/03/2020 13:20:00
O Brasil tornou-se uma
república no dia 15 de novembro de 1889 e, ao longo desses 130 anos, teve entre
seus 37 presidentes e 1 presidenta, pessoas que se destacaram por diversas características.
Na chamada Primeira República ou República Velha (1889-1930), tivemos o
primeiro vice-presidente a assumir a vaga deixada pelo titular Deodoro da Fonseca
(Floriano Peixoto/1891-1894). O primeiro negro presidente, que também era vice
e assumiu devido à morte do presidente Afonso Pena (Nilo Peçanha/1909-1910). Um
presidente que já havia governado entre 1902 e 1906, e ao ser eleito para um
novo mandato, em 1918, morreu antes de tomar posse por causa da gripe espanhola
(Rodrigues Alves).
Entre 1930 e 1945, teve Getúlio Vargas que, no início, foi autoritário e 7 anos mais tarde mostrou sua face ditatorial. Ao retornar ao poder, adotou postura democrática, de 1951 a 1954, quando tirou a própria vida com um tiro no coração. Seu suicídio causou comoção nacional e ajudou a eleger seu afilhado político Juscelino Kubitschek (1956-1961), aquele que tirou do papel um sonho dos tempos da colonização portuguesa de transferir a capital nacional para o interior do Brasil. O seguinte, Jânio Quadros (1961), sul-mato-grossense de Campo Grande, renunciou 5 meses após a posse pensando que o povo exigiria seu retorno à função.
Durante a Ditadura Militar (1964-1985), um ditador que posou com cara amarrada para a foto oficial e em cujo governo mais se exterminou pessoas que combatiam o regime ditatorial (Garrastazu Médici/1969-1973). Outro ditador que dizia preferir o cheiro de seus cavalos ao cheiro do povo e cujo governo foi um desastre econômico deixando uma herança de descontrole inflacionário (João Figueiredo/1979-1985).
No retorno dos ventos democráticos, tivemos novamente um caso de presidente que morreu antes da posse, Tancredo Neves. Sua morte, em 1985, comoveu grande parte da população que por meses orou por sua vida. Entre 1990 e 1992, fez sucesso o mais jovem presidente da história, com 40 anos de idade, que confiscou a poupança dos cidadãos, o que levou muitos ao desespero e ao falecimento. Mais tarde, ele se tornou o primeiro a sofrer um impeachment por escândalos de corrupção (Fernando Collor). Novamente um vice na história, Itamar Franco, de 1992 a 1994, criou o Plano Real e fez desaparecer um grande terror que afligia a vida dos brasileiros, a inflação descontrolada. O único escândalo de seu curto governo foi aparecer ao lado de uma jovem que não era acostumada a usar calcinha, numa noite do carnaval carioca de 1994. O sociólogo que criou a lei da reeleição e foi o primeiro a ficar 8 anos no poder (Fernando Henrique/1995-2002); o primeiro ex-operário a exercer o cargo máximo da nação e que conseguiu realizar importantes avanços sociais num país que desde a colonização é tão excludente. Entretanto, infelizmente teve uma gestão marcada por graves escândalos de corrupção (Lula da Silva/2003-2010). A primeira mulher a administrar a república, e que ao final do mandato perdeu o controle da situação ao não reconhecer a crise econômica que se avizinhava no ano de 2014, acabou caindo por meio de uma trama política articulada por seu vice e setores da oposição e da mídia (Dilma Rousseff/2011-2016).
No entanto, é possível afirmar que o atual chefe de Estado brasileiro, Jair Messias Bolsonaro, vem se destacando, desde a posse em janeiro de 2019, como o mais polêmico da história do País, por suas posições ideológicas de direita conservadora - conhecidas por muitos antes do pleito de 2018 - seus comentários a respeito de diversos assuntos, e projetos de lei propostos. Em 2019, polemizou de várias maneiras, por meio de projetos que colocavam em risco a vida dos cidadãos, como a diminuição de radares nas rodovias, e a ideia de desobrigar o uso de cadeirinha em veículos para a segurança das crianças; ao defender a comemoração do golpe militar de 1964, no dia 31 de março, entre outros absurdos.
Neste início de 2020, com a popularidade em baixa desde o ano passado, brigado com governadores que o apoiaram, como João Dória (SP) e Wilson Witzel (RJ), o presidente chamou seus apoiadores às ruas para protestar contra o Congresso Nacional (eleito pelo povo), com alguns defendendo até o fechamento daquela Casa de leis. Agora, em plena crise mundial da pandemia do COVID-19 (novo coronavírus), que já matou, segundo dados da OMS, quase 30 mil pessoas, Jair Bolsonaro torna-se ainda mais polêmico - ou seria ignorante - com um discurso que minimiza os efeitos dessa doença para o Brasil, pensando mais na questão econômica (o que não deixa de ser uma preocupação de todos) do que na saúde de nossa gente. No pronunciamento da última terça, o presidente não falou sequer uma palavra de conforto aos familiares dos mortos no País em decorrência da doença. Não quero entrar aqui na polarização política que vem marcando esta terra, desde 2014, até porque isso já está cansando. Mas fica aqui uma pergunta para que reflitamos, será que o mundo está totalmente errado em fazer as quarentenas e manter os cuidados, e apenas o governo federal brasileiro está certo?
Que Deus nos abençoe e conforte os familiares dos que se foram vítimas desta pandemia!
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